domingo, 15 de junho de 2014

Mesmo sem Falcão, Várias Andorinhas podem fazer um Verão!

Belo Horizonte, 14/06/2014, esse autor que vos  escreve teve a felicidade de acompanhar ao vivo um jogo de Copa do Mundo, e que jogo! e que clima! Os colombianos fizeram Belo Horizonte parecer Bogotá e o Mineirão se transformou em El Campín! E se transformou mesmo, porque não tínhamos uma plateia de colombianos, era torcida, era la hinchada de Colômbia! Que vibrou, chingou e chorou com sua seleção, foi de fato uma das experiências futebolísticas mais emocionantes da minha vida.

Especificamente sobre o jogo, o time da Casa estava alinhado taticamente em um 4-1-3-2 – Ospina; Zapata, Yepes, Sanches e Armero (Arias); Zuniga, Aguilar (Mejia), James Rodriguez e Cuadrado; Ibarbo e Gutierrez (Martinez) – que devido a intensa movimentação de Pablo Armero, se transformava  em um 3-5-2, visto que Zapata, zagueiro de origem pouco se arriscava ao ataque, deixando o corredor direito  a cargo de Zuniga, com James Rodrigues flutuando por todo o campo sem obrigações defensivas. Já a Grécia se alinhou em um 4-3-3 – Karnezis; Maniatis, Manolas, Kone (Karagounis) e Torosidis; Katsouranis, Papastathopoulos, Cholevas e Sapingidis (Fetfatzidis); Gekas (Mitroglou) e Samaras –

Com a bola rolando, a Colômbia começou o jogo motivada, pressionando os gregos em seu campo de defesa e com muita velocidade ao trocar passes, com apenas 5 minutos Cuadrado avança pela direita e cruza para chute de Armero, que desviou no zagueiro grego e entrou chorando para o gol. 

Após o gol o time grego, muito voluntarioso subiu suas linhas e chegou até a fazer certa pressão na Colômbia que naturalmente e conscientemente recuou em busca de contra-ataques, mas se sobrava vontade aos gregos, faltava técnica. Os gregos trocavam bem a bola até aquele passe final que nunca entrava. O trio ofensivo Gekas, Samaras e Salpingidis jogaram até bem, mas não o suficiente. O goleiro Ospina foi exigido apenas uma vez em um chute no ângulo de Kone.

O Segundo tempo começou como o primeiro, os Colombianos voltaram mais bem postados e a pressão grega não fazia tanto efeito quanto ao final da primeira parte da peleja. Aos  12 minutos  em uma jogada claramente ensaiada, James Rodrigues bate um escanteio no primeiro pau, a bola é desviada levemente por Yepes, cruza toda a pequena área e se oferece para Téo Gutierrez, o controverso substituto de Falcão Garcia no comando de ataque Colombiano empurrar para o Gol (2X0), tranquilidade no Mineirão. 

A bola agora ficava mais tranquila nos pés dos Colombianos e as arquibancadas ditavam o ritmo aos gritos de Olê, Olê...uma nota que a seleção da Colômbia  se envolveu com a euforia das arquibancadas e foi preciosista demais em alguns lances, principalmente o Camisa 10 James Rodrigues que sem Falcão se  tornou  a referência do time. Em uma bola perdida no campo de ataque a Grécia em uma jogada de pivô de Samaras, viu Mitroglou carimbar a trave de Ospina e quase complicar o jogo.

Entretanto, quando essa habilidade vai em direção ao gol, podem sair lances lindos como a pintura que foi o terceiro gol, já aos 47 do segundo tempo. Um misto de técnica e habilidade entre Cuadrado e James Rodrigues que finalizou com extrema perícia no canto do goleiro.


A Colômbia vem forte e disciplinada, um time muito bem regido pelo argentino José Peckerman e que certamente pode ser uma surpresa na Copa,  principalmente  se esses grandes valores individuais se comprometerem em jogar efetivamente como uma equipe, e como colocado no título dessa crônica, mesmo sem Falcão,  várias andorinhas podem sim fazer verão e talvez até quem sabe trazer esse título  inédito e histórico para o futebol Colombiano. 

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Imagina na Copa! Brasil x Croácia - Que os jogos comecem!

Começou a Copa do Mundo meus amigos, e um jogo de abertura certamente é algo completamente diferente, algo envolto de histórias que certamente carrega muita expectativa. Desde 1998 acompanho cerimônias de abertura e essa de hoje certamente foi das mais turbulentas, por conta de todo contexto político/ideológico que cerca o país desde a famosa revolução dos 0,20 centavos.
Mas vamos as quatro linhas, que é o que importa nessa festa do futebol. O Brasil foi a campo escalado em um 4-2-3-1 - 2. Júlio César, 2. Daniel Alves, 3. Thiago Silva, 4. David Luiz e 6. Marcelo ; 17. Luiz Gustavo e 8. Paulinho  depois 18. Hernanes 17 do 2º; 11. Oscar, 10. Neymar depois 16. Ramires 42 do 2ºT e 7. Hulk depois 20. Bernard 23 do 2ºT; 9. Fred – que oscilava para um 5-3-2 defensivamente quando Luiz Gustavo se alinhava aos zagueiros e em um 4-4-2 ofensivo quando  Neymar se infiltrava e se juntava a Fred no ataque.

A Croácia também alinhada em um 4-2-3-1 - Pletikosa, 11. Srna, 5. Corluka, 6. Lovren e 2. Vrsaljko 7. Rakitic e 10. Modric; 4. Perisic, 20. Kovacic (14. Brozovic 15 do 2º) e 18. Olic; 9. Jelavic  19. Rebic 32 do 2º). – que se transformava defensivamente em um 4-4-2 sendo que os 10 jogadores marcavam no campo de defesa.


O jogo começou nervoso, a seleção Croata de maneira inteligente esfriou o ímpeto inicial brasileiro com um sistema de defesa híbrido, ou seja que alternava marcação no campo de ataque e a famosa casinha de caboclo no campo de defesa, com um ferrolho de 10 homens. Modric e Rakitic articulavam bem o time do campo de defesa e os pontas croatas levavam vantagem no confronto contra os laterais brasileiros. O primeiro gol do jogo, aos 10 min do primeiro tempo, saiu em uma jogada dessas em que a Croácia adiantou sua marcação, Olic levou vantagem sobre Daniel Alves que permitiu o cruzamento para Jelavic e em uma fatalidade o lateral brasileiro Marcelo acabou fazendo o primeiro gol da Copa do Mundo. O Brasil novamente encontrou dificuldades no setor de criação, o time de Felipão não se sente bem quando tem que propor o jogo e se limitava a levantar bolas na área a Fred. Os volantes não tem capacidade criativa suficiente para armar o jogo de trás e Paulinho que seria esse homem surpresa não realizou uma boa partida. Entretanto em um momento de pura vibração e técnica no meio campo Oscar brigou pela bola na intermédiária e Neymar em sua característica que é carregar, levou a pelota até a entrada da área e em um chute bem colocado empataria  o jogo aos  28min do primeiro tempo (na minha visão o goleiro Croata estava mal posicionado no lance, configurando uma falha).


Começa o segundo tempo com um padrão parecido com o primeiro, entretanto a Croácia tinha mais a bola,  Brasovic deu ao time uma consistência e uma verticalidade que Matteo Kovacic não conseguiu aplicar ao jogo. Entretanto em uma jogada clássica de times de Luis Felipe  Scolari, quando a Croácia estava melhor em campo aconteceu saiu o segundo gol,  penetração em diagonal e o centro avante Fred executando o Pivô. Se  o Gol saísse nessa jogada tudo bem, mas Don Fredón com toda sua experiência de brasileirão e penalty’s a brasileira chamou o contato do zagueiro Lovren e esparramou  na grande área, atuação digna de   Leonardo di Cáprio, que estava presente no Itaquerão. Neymar cobra com firmeza para aliviar a tenção e colocar o Brasil no comando do placar.

O erro do árbitro mudaria todo o panorama da peleja, visto que os amarelos passariam a jogar no seu estilo preferido, sem a bola, puxando contra ataques agora guiados por Hernanes que entrara no lugar de Paulinho, o arco perfeito e do garoto Bernard, aquele com alegria nas pernas, a Flecha Brasileira que entrara no lugar do apagado Hulk. As substituições surtiram efeito e o terceiro gol foi sintomático, em uma jogadaça de gente grande protagonizada por Oscar aos 45 min do segundo tempo, que carregou a bola do meio campo em velocidade, se livrando de defensores croatas e da entrada da área em uma tacada de bilhar protagonizou dos momentos mais bonitos dessa Copa -Golaço.


Concluindo, a Croácia foi um adversário duríssimo que exigiu da seleção brasileira ofensivamente e defensivamente, escancarou alguns pontos fracos da seleção que merecem ser observados por Luiz Felipe Scolari, talvez seja a hora de testar Hernanes ou Fernandinho no meio campo no lugar do irregular Paulinho e na lateral direita, nesse caso é opinião pessoal de quem vos escreve, talvez Maicon seja um lateral mais seguro para a composição  do 4-2-3-1 do que Dani Alves.