O que esperar da Seleção Brasileira? De fato uma incógnita. Uma Copa do mundo jogada em casa, é um fardo, responsabilidade grande demais. Depois do fracasso de 2006, da farra do boi comandada por Ronaldo, Ronaldinho e Adriano, permitida por Carlos Alberto Parreira, se exigiu disciplina, volta do patriotismo, amor a amarelinha, o retorno do “zagalismo” se assim posso dizer.
Para resolver a questão, Dunga foi convocado com plenos poderes para satisfazer tal aclamação. Para tanto, o mesmo engessou a seleção transformou seus jogadores em soldados, ou melhor, em guerreiros, com apoio de toda a mídia, diga-se de passagem. Com Dunga o Brasil perdeu a magia, perdeu a criatividade, perdeu o drible, características marcantes de nosso futebol, porém a seleção tinha um padrão de jogo, voltado aos contra-ataques. Disparado, o melhor sistema defensivo do mundo, com o fantástico Júlio Cesar, Lucio e Juan no miolo de zaga, com Maicon e o contestado Michel Bastos na lateral, além dos cães de guarda Gilberto Silva e Felipe Melo, esse o último o grande vilão da geração.
Sob a tutela de Dunga vencemos grandes adversários, a Argentina, nossa maior rival se tornou nossa maior freguesa, vencemos uma Copa América com time reserva e recentemente nas eliminatórias, batemos os Hermanos no caldeirão fervente de Rosário. Porém, o desastre aconteceu, fomos eliminados novamente nas quartas-de-final da Copa do Mundo, agora pela Holanda, em um jogo atípico em que a Seleção dominou amplamente o primeiro tempo deixando 1x0 no placar, entretanto com dois lances esporádicos a Holanda virou o placar. O conto de fadas de Dunga desmoronou, a imprensa que o aclamou se voltou contra o técnico e algumas convicções dadas como verdades a 4 anos pós o fracasso de 2006 desmoronaram também, o técnico covardemente foi demitido pelo telefone.
A imprensa, nada parcial começou uma campanha pela volta do futebol arte, colocando os novos Meninos da Vila (Neymar e Paulo Henrique Ganso), como principais baluartes. E o escolhido para comandar essa revolução foi o ex-técnico do Corinthians e Grêmio, Mano Menezes. Que apesar de adepto do 4-3-3, seus times eram caracterizados por uma segurança defensiva do que um ataque atraente.
Jogadores sem a mínima condição de defender o Brasil, foram chamados: Jeferson, Neto, Jucilei, Elias, Mariano, Leandro Damião, entre outros bondes. Sendo que coincidentemente alguns desses jogadores pertencem ao empresário Carlos Leite, mera coincidência.
A primeira convocação de Mano, revelou a tendência, um time jovem e super-ofensivo enfrentou os EUA no Gillete Stadium: Vitor, Daniel Alves, David Luiz, Thiago Silva e Marcelo; Lucas e Ramires; Neymar, Ganso, Robinho e Alexandre Pato. Certamente, um time faceiro, atraente, mas tenho minhas dúvidas se esses jogadores se acuados por um adversário mais gabaritado segurarão o rojão. Acho que os recentes amistosos contra Argentina e França responderam a essa questão, duas derrotas por 1x0. Toda volúpia demonstrada por esses jovens jogadores foi neutralizada. Um lance em que Neymar tenta partir pra cima de Cambiasso, Burdisso e Coloccini e obviamente é transformado em patê pelos argentinos exemplifica o que digo. Os garotos ainda não estão prontos para uma Copa do Mundo.
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Na camisa 10 nossos dois melhores meias estão voltando de sérias lesões, Ganso se recupera de uma contusão nos ligamentos do joelho, acredito que o mesmo supere esse momento difícil, mas as recentes atuações no Santos dizem o contrário, enquanto Kaká, bem esse a situação é mais difícil nas últimas temporadas o melhor jogador do mundo da temporada 2007/2008, vem sucessivamente contraindo contusões de naturezas distintas, na última Copa o jogador jogou claramente sob efeito de infiltrações, meia-bala, e com certeza tal expediente fará um mal irreparável para sua carreira. E por fim o maior problema, a camisa 9. Nos últimos 20/30 anos criamos atacantes fantásticos: Careca, Romário, Ronaldo e sim Luis Fabiano. Atualmente existe um vácuo, aquele com mais potencial, Alexandre Pato é extremamente irregular; outra opção, Hulk é uma incógnita, o atacante do Porto tem potencial para ser uma nova versão do Imperador, o atacante tem a mesma força, mas não tem o mesmo talento. Outros como André, Jonas, Diego Tardelli e Leandro Damião já se mostraram fraquíssimos para a seleção. O jeito é rezar para aparecer um nome de qualidade.
Ou seja, o cenário para 2014 é bem mais nebuloso do que se pinta, nossa seleção está muito distante de Alemanha, Espanha, Itália e Argentina.
Como diria Adilson Batista: Vamos Aguardar.
Ass. Matheus Valle