domingo, 13 de março de 2011

Borussia Dortmund - o despertar de um Gigante

1º de Dezembro de 1997, atleticano que sou vivia naquele dia um pesadelo. O Cruzeiro – nosso rival – após ganhar a Taça Libertadores disputava naquele dia o título Intercontinental contra o Borussia Dortmund, campeão da UEFA Champions League. Admito que há época não conhecia o futebol como conheço hoje, mas por razões óbvias, acabei simpatizando pelo time alemão. Por um dia adotei o amarelo e preto como minhas cores, lia e repetia aqueles nomes difíceis que não me diziam nada, não me faziam sentido nenhum, mas torci por cada um deles, desde o seguro goleiro Stefan Klos até o bom centro-avante Chapuisat. Como todos sabemos, os alemães não me decepcionaram, venceram a Raposa por 2x0 (gols de Heinrich e Zorc). Era o fim de um terrível pesadelo.
Pós o êxtase momentâneo, me veio a curiosidade sobre o time que me havia proporcionado tamanha felicidade, e até a vontade de a partir dali acompanhar aquele time como eu acompanho o próprio Atlético .
Feita a breve introdução, vamos a história desse gigante: O Borussia é uma das agremiações mais vitoriosas da Alemanha, conquistou 6 títulos Nacionais, 2 títulos Europeus – Uma UEFA Champions League e uma UEFA CUP –  e 4 Supercopas, a década de 90 nesse sentido foi especial para os alemães, principalmente o triênio 96/98, por razões óbvias, nesse período o Dortmund conquistou a Europa.  Porém a simbiose: estádio e torcida, é o bem que o clube mais deve se orgulhar.
O tradicional Westfalenstadion (A Ópera House doFutebol Alemão), atual Signal Iduna Arena, tem capacidade para 80.000 espectadores em jogos locais e de 65.000 para jogos internacionais, o Dortmund é campeão de média de público no futebol mundial com fantásticos 78.000 espectadores/jogo e um dos maiores espetáculos visuais vistos em um estádio de futebol, A Muralha Amarela, executada  por 25.000 expectadores de pé, formam uma parede na arquibancada sul. Canções e gritos de guerra são entoadas por todo jogo, alcançando uma vibração inigualável. Vitórias ali são conquistadas no grito, literalmente no grito.

Entretanto, pós a última conquista do campeonato alemão, na temporada 01/02, devido a péssimas administrações, o clube entrou em uma crise financeira sem precedentes. Assim, sem dinheiro para investir em grandes jogadores, o Dortmund ficou entregue a jovens promessas, a jogadores em fim de carreira, bem como jogadores de qualidade técnica duvidosa, muito pouco para competir com o poderio do Bayern de Munique e com a organização de Stuttgart, Bremen e dos rivais de Gelsenkirchen, o Schalke 04. Resultado disso foram quase 1 década de campanhas medianas, até com risco de rebaixamento. O gigante se apequenava.
No entanto, desde a chegada de Jürgen Klopp em Junho de 2008, o clube vem sendo recolocado nos trilhos, uma legião de europeus do leste, especialmente poloneses, legítimos ou descendentes,  o japonês Kagawa , o cirúrgico Lucas Barrios aliado a experiência do goleiro Weidenfeller e  do volante Sebastian Kell deram ao clube uma dinâmica incrível, uma velocidade difícil de se acompanhar que atualmente, temporada 2010/2011 , rendem aos amarelos a liderança da Bundesliga com mais de 10 pontos de frente para o segundo colocado, com destaque para a vitória acachapante (3x1) contra o Bayern de Munique em plena Allianz Arena.

Após a tempestade chega a bonança e uma das maiores camisas do futebol europeu volta com força total. O time que impediu uma das maiores tristezas de minha vida como torcedor, renasceu das cinzas e certamente, com o time que tem, com o atual planejamento de Klopp e principalmente, com a força das arquibancadas tem tudo para reconquistar a Alemanha, e até quem sabe, como diria o samba enredo: sonhar não custa nada, reconquistar o continente Europeu.
Ass. Matheus Valle

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